O herpes labial e o herpes genital são doenças infecciosas e contagiosas causadas por um dos subtipos de vírus da família do Herpesvírus humano, composta por 8 subtipos diferentes. Cada subtipo do vírus da Herpes causa doenças completamente distintas uma das outras, como catapora (varicela), herpes simples e mononucleose infecciosa, por exemplo.
Neste artigo abordaremos as seguintes questões sobre o herpes:
- Causas de herpes genital e herpes labial.
- Sintomas do herpes labial.
- Sintomas do herpes genital.
- Transmissão do herpes.
- Tratamento do herpes labial e do herpes genital.
Este texto focará nas diferenças entre os vírus herpes simples 1 e 2 (HSV-1 e HSV-2), responsáveis pela herpes labial e pela herpes genital, respectivamente.
Vírus da Herpes simples 1 e 2
O HSV-1 costuma causar o herpes labial, enquanto que o HSV-2 é, em geral, responsável pelo herpes genital. Digo em geral porque como a prática de sexo oral é muito comum, não é raro encontrarmos lesões orais pelo Herpes vírus 2 e lesões genitais pelo herpes vírus 1.
Um em cada cinco adultos é portador do HSV-2 e mais da metade da população tem o HSV-1. Porém, muitos portadores não apresentam sintomas.
A infecção pelo Herpes simples é recorrente, ela vai e volta espontaneamente. Isto ocorre porque o vírus “se esconde” dentro das células do sistema nervoso impedindo que as defesas do organismo consigam eliminá-las completamente. Quem tem Herpes, o terá pelo resto da vida.
De tempos em tempos o vírus volta a se manifestar, normalmente em períodos de queda do sistema imune. Alguns fatos predisponentes são conhecidos, como exposição solar intensa, estresse emocional, menstruação, traumas, etc. A frequência das recorrências é individual.
SINTOMAS DO HERPES LABIAL | SINTOMAS DO HERPES GENITAL
A primeira aparição costuma ser a mais sintomática, pois neste momento ainda não temos anticorpos formados. Em geral, o quadro é de múltiplas vesículas (pequenas bolhas) agrupadas, com áreas de inflamação na base e ao redor. As lesões são muito dolorosas e podem vir acompanhadas de mal estar, linfonodos (gânglios) aumentados e febre.
As recorrências costumam ser menos sintomáticas e mais curtas. Normalmente apresentam alguns sintomas que “avisam” que as lesões do herpes vão reaparecer. Dor, formigamento ou prurido (comichão) local costumam surgir algumas horas antes das vesículas.
O HSV-1 e o HSV-2 têm predileção pela mucosa oral e genital, respectivamente. Porém, podem causar lesão em outras partes do corpo como na pele, olhos, meningite, encefalite (infecção do encéfalo), hepatite, pneumonia e esofagite (infecção do esôfago). Essas infecções mais graves costumam ocorrer em doente com imunossupressão como na SIDA (AIDS) e nos transplantados.
COMO SE PEGA DO HERPES?
A transmissão do herpes ocorre por contato íntimo com a área infectada. O Herpes vírus é muito contagioso; o período de maior risco de transmissão é durante as crises e nos 2 dias que a antecedem, podendo também ocorrer mesmo quando não há lesões aparentes. Alguns pacientes secretam o vírus mesmo fora das crises, podendo transmiti-lo a qualquer momento, principalmente no HSV-2.
O vírus é encontrado nas lesões, na saliva, no sêmen e nas secreções vaginais. A transmissão por objetos, como copos e talheres pode ocorrer, mas é menos comum, uma vez que o vírus sobrevive poucas horas fora de um organismo vivo. O período de incubação, ou seja, o intervalo de tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas, é de 4 dias, em média.
O Herpes simples genital é uma DST (doença sexualmente transmissível). Durante a fase ativa deve-se evitar atividade sexual, pois mesmo com o uso da camisinha há risco de contaminação (leia:
CAMISINHA | Tudo o que você precisa saber).
O HSV-1 é normalmente adquirido durante a infância, enquanto que o HSV-2 na vida adulta.
TRATAMENTO DO HERPES
O tratamento com antivirais, como o aciclovir, serve pra reduzir o tempo de doença. Quanto mais precocemente forem iniciados, melhor a resposta. No herpes labial pode-se usar pomadas e no genital comprimidos. Mais uma vez, não há cura para o herpes. Também ainda não existe vacina eficaz contra o herpes vírus.
O tratamento está realmente indicado nas lesões primárias e nos doentes imunossuprimidos. Nos outros casos, o tratamento não altera muito o curso da crise.